Prova (frágil) da Cláu
Questão 2. (texto sobre artista citado em aula)
Joseph Beuys, artista alemão, nascido em 1921, multimídia, com formação em medicina. Alistou-se e foi convocado para a segunda guerra, onde teve seu avião alvejado e uma recuperação milagrosa que, posteriormente, influenciou a muitas das suas obras. Um de seus principais trabalhos foi “Como explicar a pintura a uma lebre morta”. Trata-se de uma performance, chamada por Beuys de “ação”, onde o artista, com seu rosto encoberto de mel e folhas de ouro, circulava pela galeria em que estavam expostos os seus desenhos e pinturas, enquanto explicava a uma lebre morta, deitada em seus braços, o significado daqueles trabalhos. Ao final do percurso, sentou-se num canto iluminado e sussurrou frases ao cadáver, que questionavam até onde os pseudointelectuais compreendiam a arte. Os espectadores acompanhavam a ação do lado de fora da galeria, em uma tela, com imagens em tempo real, captadas do interior da galeria, com uma câmera estrategicamente posicionada. A obra de Beuys é rica em significados filosóficos, sociais e políticos, que extrapolam inclusive o dadaísmo, movimento no qual o artista esteve inserido. Dois de seus maiores pontos de interesse eram o manejo do tempo e da consciência, como em outra performance em que permaneceu, por uma semana, convivendo com um coiote. Beuys é considerado um dos criadores da arte contemporânea.
Questão 4. (nota de rodapé)
PERFORMANCE – Gênero artístico surgido na década de 60, que combina elementos do teatro, música e artes visuais, e tem como sujeito, como objeto, força motriz da obra em si, o uso do corpo humano, rompendo com a arte “dita” tradicional. A performance acontece quando produz transe. É processo puro. Recria um outro tempo e espaço. É planejada e não envolve necessariamente a participação do espectador.
HAPPENING – Como o nome diz, acontecimento. Gênero artístico semelhante à performance mas que se difere desta por não ser ensaiado, programado, mas incorporar a espontaneidade. Multiplicidade de fenômenos artísticos. Acaso. Evento artístico, teatral, espontâneo e sem trama. Provoca a participação do espectador.
HUMOR – Transvaloração; enquanto acontecimento, algo que não é do sujeito, se trata de corpo, impessoal, qualidade virtual quase incorpórea que atravessa o corpo. (Enquanto antítese da ironia, nonsense da afirmação. Ridículo. Ri de si mesmo.)
GOSTO – Juízo estético, intuitivo, não pode ser questionado, mas pode ser debatido.
SIMULACRO – Simulação da realidade. Ação de simular, imitar, “macaquear” (símio).
KITSCH – Termo alemão que significa “objeto sem valor, vulgar”. Aculturação do simulacro. Arte do “design” copiado em milhares de exemplares, reproduzidos.
Questão 5.
(pequena poesia – sem a pretensão de ser avaliada – com as palavras tempo, olhar, quadro, paisagem)
...Já não tenho tempo de olhar o quadro,
me contento com a paisagem do caminho...
Questão 6. (obra aberta)
A obra aberta é um campo de possibilidades interpretativas, independente, que existe mas “não se sabe o que será dela”. Configuração de estímulos dotados de uma substancial indeterminação, podendo escapar, inclusive, do autor.
Não é nada, mas é tudo, o ovo, a potência, o grau zero, erguendo um bloco de sensações, causando o gozo, a fruição.
Diferentemente da cultura, que não abre as possibilidades, mas formata, limita. A obra não está pré estabelecida como a cultura. A obra não está submissa, abre para outras coisas, é fruitiva, não codificada.
A obra aberta induz o fruidor a uma série de leituras sempre variáveis, com uma diversidade de elementos que permitem inúmeras relações recíprocas.
O fruidor tem a possibilidade de escolher as próprias direções e coligações, as perspectivas escolhidas, as individualizações possíveis, que se excluem mas existem ao mesmo tempo, coexistem, continuamente excluindo e implicando, reciprocamente.
Questão 8. (sugestão de artistas)
Joseph Beuys, sempre!
Fluxus!
Duchamp!
Yves Klein!
Cage! (um pouco de música!)
Rauchemberg!
Allan Kaprow!
Cláu Paranhos
Porto Alegre, setembro de 2009.
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