sábado, 29 de agosto de 2009

uma prova, um versinho e histórias do homem do circo

Diego Esteves

2-4-5

2- Texto para Folder: O palhaço Xuxu

Luiz Carlos Vasconcelos é conhecido do grande público por suas aparições no cinema. Entre os filmes de grande bilheteria está Carandiru, onde interpretou o médico Drauzio Varella. Porém, poucos sabem da importância deste ator para o circo, mais precisamente para o universo do palhaço.

Existem duas grandes vertentes para a criação de um palhaço. A primeira é ser de família circense, ou ter contato direto com o circo: aprender com os mestres a arte de ser palhaço. A segunda, que surge com os estudos contemporâneos do clown no teatro, é realizar cursos onde, através de múltiplos exercícios e uma direção externa, irá explorar o seu ridículo para encontrar o seu palhaço.

Vasconcelos não seguiu nenhuma destas vertentes. No final da década de 70, em João Pessoa, pensando em aproximar a recém criada Escola Piolin de Teatro da comunidade, ele sai as ruas vestido de palhaço. Assim, sem cartas na manga, ele cria seu palhaço na rua: no combate, no encontro entre as forças e se apossando delas é que surge o palhaço Xuxu.

4- Performance: uma arte assistemática. Processo puro. Efêmera. Em geral, pretende perturbar a ordem regular dos cotidianos.

5-

Olhando adiante

Vejo o que não tem fim

Sinto o indizível

Que o tempo não ensinou a mim

Mas este tem vai passar

E levo meu olhar comigo

Pois com ele encontro as paisagens

Num lugar desconhecido

Este lugar é como um quadro

Onde a imagem está nua

Não digo nada

Tudo está lá

Coisas, coisas, coisas



Oi Paola,

Mando a prova que tanto adiei mandar

A prova que tão árdua tarefa foi executar

Acontece que de tanto viajar,

em junho pouco pude estudar

E agora mando este versinho para disfarçar.

=p

Então, minha auto-crítica me pune até hoje por essa prova. Como passei o mês de junho em festivais de circo, no Ceará e em Minas, mesmo levando vários dos textos, acabei por ler apenas um (e pela metade). E como até então eu tinha lido todos os textos, fiquei me cobrando. E na hora da prova, mesmo tendo os conceitos comigo, eles ainda estavam muito presos a minha inconsistência teórica para serem expostos no papel cruel, naquele momento. E pra ajudar, como retornei de viagem em plena mudança de apartamento, acabei por pegar somente alguns textos, achando que tinha pego todos. Resultado: fugi o máximo possível dos conceitos e usei referências trazidas da viagem, como a oficina que fiz com Luiz Carlos Vasconcelos, que foi muito interessante, principalmente pensando-a a partir da filosofia da diferença.

Bom, após toda essa volta pra enviar a prova, trago uma notícia boa: embora as viagens tenham me dificultado nas leituras, me proporcionaram encontros que resultaram, entre outras coisas, num projeto que escrevi e enviei para a Funarte, concorrendo ao Prêmio Carequinha de estímulo ao circo. O resultado saiu está semana e meu projeto foi contemplado.

Enfim, espero nesse semestre não morrer na praia, me dedicando de forma contínua: entre os textos, as pesquisas cênicas do projeto e as oficinas junto ao núcleo de circo no centro Meme. Pois o seminário tem contribuído muito para pensar estes fazeres artísticos circenses e dançantes.

Abraços,

Diego

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