quinta-feira, 27 de agosto de 2009

prova da Gentileza

Adriana Gonçalves Daccache

Menina de cabelos não tão negros, ex longas tranças, drad fajuto, dona Gentileza desde pequena.

Fragilidade: muitas e divididas com Paola Zordan.

Seqüência: 2-4-5.

Obs: Algumas pequenas modificações foram feitas.



Nota em tempos de gentileza:

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2. O folder


Parangolé – uma cultura de massa


“Chegou a hora da anti-arte. Com as apropriações, descobri a inutilidade da chamada elaboração da obra de arte. Está na capacidade do artista declarar se isto é ou não uma obra, tanto faz que seja uma coisa ou uma pessoa viva.”1


Este foi o depoimento de Hélio Oiticica2 para o catálogo da exposição Opinião 653, no MAM do Rio de Janeiro, em 1965.

Vieram os Parangolés, palavra criada em 1964 por ele mesmo. Estas capas ou estandartes sempre com cores fortes (ou coloridos), alguns com bolsos – que traziam dentro pigmentos coloridos – com frases e ou fotos eram vestidas pelo público em geral e usadas com músicas, com dança, sem receios.

Desde 1964, o Parangolé vem rompendo a distância inibidora entre artista e obra. Tem uma dimensão visual (para quem se limita a “vê-lo” simplesmente) e outra – e mais impactante – tátil corporal (para quem se permite vesti-lo). Ele funde numa forma cênica o contemplar e o tocar, e esse tocar vem associado à cultura de massa, onde tudo o que se quer, se pode.

Desta forma, mais que ver com olhos, é necessário ver com as mãos, com o corpo todo, incluindo os sentidos todos. E já que para Hélio Oiticica o vestir-se e despir-se foi tão importante, abra o armário, escolha seu Parangolé e permita-se parangolezear.


4. As notas de rodapé


Happening4

Ready Made5

Performance6

5. Canções, poemas, escrivinhamentos, complementos, devaneios, desenhos.


Sobre o Tempo7

Pato Fu

Tempo, tempo mano velho
Falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã
Tempo, tempo, tempo mano velho
Tempo, tempo, tempo mano velho
Vai, vai, vai, vai, vai, vai
Tempo amigo
Seja legal
Conto contigo
Pela madrugada
Só me interrompe no final


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Setar no banquinho e olhar com cuidado a ponte ao fundo.

Contemplar.

O fotógrafo8

Difícil fotografar o silêncio. Entretanto tentei. Eu conto:
Madrugada a minha aldeia estava morta.
Não se ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas.
Eu estava saindo de uma festa.
Eram quase quatro da manhã.
Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado.
Preparei minha máquina.
O silêncio era um carregador?
Estava carregando o bêbado.
Fotografei esse carregador.
Tive outras visões naquela madrugada.
Preparei minha máquina de novo.
Tinha um perfume de jasmim no beiral de um sobrado.
Fotografei o perfume.
Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra.
Fotografei a existência dela.
Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo.
Fotografei o perdão.
Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa.
Fotografei o sobre.
Foi difícil fotografar o sobre.
Por fim eu enxerguei a Nuvem de calça.
Representou para mim que ela andava na aldeia de braços com Maiakovski ? seu criador. Fotografei
a Nuvem de calça e o poeta.
Ninguém outro poeta no mundo faria uma roupa
mais justa para cobrir sua noiva.
A foto saiu legal.


Consulta permanente

MORAIS, Frederico. Arte É o Que Eu e Você Chamamos Arte. Rio de Janeiro: Record, 1998.

MORAIS, Frederico. Panorama das artes plásticas séculos XIX e XX. São Paulo: Instituto Cultural Itaú, 1991.

BARROS, Manoel. Ensaio fotográfico. Rio de Janeiro: Record, 2000.

www.heliooiticica.com.br

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