quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Prova de Renata Carlos

Questões 3,5 e 7

QUESTÃO 3:

Disciplina: EX + TÉTICA

Súmula: A disciplina apresenta questões sobre a história da arte, da educação e da civilização em aspectos gerais, para que possamos compreender, em uma linha do tempo, a “fragilidade” dos valores culturais estabelecidos para a arte/história/educação, temáticas estas que tem sido recriadas por nós mesmos a cada dia. Com base nos valores culturais estabelecidos, iremos analisa-los cronologicamente, para discutir as questões da ESTÉTICA, não mais como juízo entre o belo/feio , mas sim problematizando o próprio conceito com indagações provocativas: O que é o belo? Por que há sempre padrões estéticos culturais? Qual é o conceito , a origem da palavra estética e como ela pode ter uma certa impermanência.É possível abandonar estes padrões?

“Uma suposição de Santayana é que a beleza é a objetivação do prazer que as coisas despertam em nós quando as percebemos como belas (p.154)

Obs: Poderia desmembrar a súmula em conteúdos,não sei bem se esta é a proposta e inevitavelmente eu puxei o conceito “estética” para as questões que me atravessam...

QUESTÃO 5

Poema de uma “Professora-problema”:

O vesgo

HOUVE UM TEMPO

EM QUE EU AINDA SONHAVA

QUE NÃO IA DAR ADEUS

A ALGUÉM QUE EU AMAVA

HOUVE UM TEMPO

EM QUE MEU OLHAR ERA TRISTE

INSISTINDO EM ENXERGAR

APENAS AQUILO QUE EXISTE

HOUVE UM TEMPO

EM QUE ODIAVA MEU QUARTO

PORQUE QUERIA ESCONDER

AQUELE FEIO RETRATO

HOUVE UM TEMPO

EM QUE FECHEI A JANELA

E NÃO QUIS ACREDITAR

QUE A VIDA ERA BELA

HOUVE UM TEMPO

EM QUE ME ESCONDI

ATRÁS DE UM QUADRO

QUE NUNCA ESQUECI!

TINHA NELE UMA MOÇA

NA BEIRA DO RIO

OLHANDO PRA ELA,

SENTIA FRIO

HOUVE UM TEMPO

EM QUE ESQUECI DE SER CRIANÇA

EU GOSTAVA DE DANÇA

MAS VIVI DE LEMBRANÇA

ESTE TEMPO PASSOU

JÁ ABRI AS JANELAS

VEJO INFINITAS COISAS

TALVEZ NÃO SEJAM ASSIM TÃO BELAS

ATRÁS DA JANELA

HÁ UMA ENORME IMAGEM

QUE CADA VEZ QUE OLHO

ENXERGO NOVA PAISAGEM!


QUESTÃO 7:

Tudo! Tss...

A fragilidade da arte contemporânea está justamente na incapacidade de prevê-la. Por esta razão , em nosso tempo , nos dias de hoje, não há mais um “ritmo” para que as obras dancem, elas podem bailar em novos espaços, usando novos matérias, criando o inusitado, brigando com o conceito de ARTE. Diferentemente, de outros períodos da história da arte, onde seguissem “gosto” comum, que gestava um determinado “tipo” de obra. Exemplo: na pintura, as obras eram quase previsíveis, com traços e cores semelhantes pinceladas em diferentes quadros, no entanto, hoje, na arte contemporânea as obras escapam desta zona de previsibilidade, ela cria linhas de fuga e brinca com o óbvio. E esta “brincadeira” nova, no campo das artes, causa um certo desconforto. Seria o tal “viver na incerteza “ de Edgar Morin, tão batido e frisado em diversos cursos de pedagogia. Quando se abre este leque de possibilidades para a arte, se inicia uma série de indagações , se questiona o que parecia já estar estabelecido: Quem é o autor? O que pode ser considerado obra de arte?O que tem valor de uma obra?

A fragilidade da arte , está justamente em uma não-resposta, ao mesmo tempo, em que a agonia gerada pela ausência de resposta , impulsiona a novas indagações, à criação , de estar se movimentando no campo das artes, sempre com novas possibilidades...

Este sentimento de “fragilidade” , do inacabado, das eternas indagações novas-velhas , dançam sobre diversas áreas do conhecimento, em diferentes proporções: a fragilidade está no direito, na educação, na política, na geografia, nas ciências biológicas, etc...

Os garfos tortos de Bruno Munari (1958), há um tempo atrás , não seriam classificados como arte.E então, entra em discussão, novamente o próprio conceito de arte: O que é arte então? Quem determina? Quem julga? Quem aprecia?Com base em quais valores acontece esta classificação?

Se pensar na arte sobre a Filosofia da Diferença, é compreender talvez que a arte não tenha opinião, pode gerar novo desconforto, pela nossa etrena necessidade do juízo , eterno retorno e necessidade de “quadrangulação” das coisas. Logo, pertencer ao mundo das “artes” pode ser um crime social, um atentado as coisas estabelecidas, uma transgressão, que mata a forma e convida à invenção! (isto é mágico!!!)

Lembrando de Danto, agora, e costurando com Paola Zordan: nos permitimos inventar e...”Meras coisas não tem direito a títulos” assim como “meras professoras não tem direito a pensarem como quiserem” (ZORDAN). Estas palavras, lidas por mim, foram como um carimbo em minha testa, um passaporte para voar para aonde eu quisesse...

Voltando a arte contemporânea então...nos ocorre uma série de indagações a partir das leituras feitas e experiências vividas: Por que pré determinar o que é arte, se a mais forte estesia não está nas coisas , mas no pensamento?Por esta razão, nossas caixas de papelão (colocadas como forma de intervenção na Faced) falarão por si só, sem a necessidade que se designe um só autor , nem que se diga o valor da mesma e tão pouco se pode ser considerado arte...Nossas caixas de papelão , poderão ser enquadradas por alguns olhos como Atitude transgressora ou como Vulgar (idéia da vulgaridade apresentada por Greemberg).Mas para alguns, as caixas transgressoras poderão traduzir prazer, conceitos trabalhados no seminário expostos através de pedaços de papelão , com pitadas de açúcar que surpreendem pelo impensado, pela criação...Assim como o urinol de Duchamp, nossas caixas de papelão correm um sério risco de serem consideradas extraordinárias.

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