marcos da rocha oliveira -mestrando
Questões: 2,3,6.
2) Texto para folder sobre artista citado em aula ou pertinente aos problemas trabalhados em aula.
Na cena da origem: Finismundo! O lambrego adâmico que faz-ulular. Na concreção poética daquele latinoamargo roubador, o bucho de ostra: rouba de tudo, até a divisa de Lézama Lima: só o difícil interessa. Um dissidente, presas leoninas como as lâminas de Octávio Paz: transblanca é a zona onde as putas atômicas riem de alegria, sem dentes, disse, dentes!
Já inverteu o inferno dantesco. Cuspiu arte em trípticos bíblicos. Urrou com iauaretês. Trigênio, mallarmou as flores da fala joyciana. Revisou Sousândrade. Homo húmus. Pó pós pó pós-utópico. Concreção desbabélica. YHVH. Já vê. Dos quase-céus, nékuia, protoprosopoético. A máquina do mundo repensada. Finismundo: na cena da origem! (Dobra.) Safa’ehath. Ossomoeu a autobiografia – e como Décio disse de Oswald, fez autografia. Teve, assim, seu formante inicial e final. Estrelecruz. como nas Galáxias suas letras são intercambiáveis: mas por Rosa (e o Demo) não dificultou o difícil. fAZ ULular. Azul de Mallarmé na capa de seu último livro publicado (agora, pós-formante final, já com o eterno sorriso de brisa marinha). “Entremilênios” foi publicado. Brasilírica poética, abrindo obra antes de Eco, artista kamiquase, ecumênico quasi coelum.
Neobarroco concreto. Concreção de prédios ruas putas. Vívida nessa estética pós-utópica, frágil, como a divisão entre prosa e poesia, vida e obra, épico e epifânico, Haroldo (d)e Campos.
3) Súmula para uma disciplina cuja matéria versa m torno da Estética.
*destaques pré-súmula
Nome da Disciplina: Estética neobarroca: A invenção de Haroldo de Campos.
Severo Sarduy, Octávio Paz, Lézama Lima, Haroldo de Campos: a premissa de que há na concreção poética “latinoamrga” uma estética própria: neobarroca. Usa-se dois procedimentos: 1) a criação de uma tradição tropical, a invenção de um repertório, a atividade vanguardista; 2) implica-se o procedimento 1 na escritura. No que diz respeito ao procedimento 1: a)revisão, recriação, de autores perdidos, esquecidos, implicando-os numa trajetória histórica (o histrio haroldiano), criando um corpo de autores, escritores, rtistas, não-europeus ou estadunidenses; b) com base neste sítio histrio, faz-se cruzamentos com o repertório “de vanguarda” colonizador (toma-se os inventores – Joyce e Mallarmé, especialmente); c) assim, em suas atividades de crítica-criação formam, em torno de si, uma legenda negra, de ilegibilidade, capturada como “a vanguarda”. No procedimento 2, de escrituração, canibaliza-se este sítio histrio numa fictiva invenção (a duplicidade pleonásmica não é ao acaso): o “fictor” haroldiano. Com atenção a estes pontos, o intento é a invenção, neobarroca, que implica a mistura se medida, a duplicidade – o máximo de diferença, de um Eu haroldiano: escolhido o em torno, o arredor, duplica-se o escritor com base em seus próprios procedimentos de invenção (o duplo esta, justamente, na palavra “invenção”, no título da disciplina. A esta estética, que será aqui usada, dá-se o nome, abuso, de neobarroca.
6) Fragmentos ou aforisma a partir da concepção de obra aberta. Considerar o Fora.
1- Rasgou o corpo.
Obra aberta?
2- O corpo, aberto, não é uma obra.
3- A obra pressupõe a criação de um corpo.
4- A invenção é em torno.
5- Deleuze elogia Borges por seu Pierre Ménard.
É Ménard o escritor que, tendo escrito o mesmo livro que Cervantes, Don Quixote, abre o texto.
Eco admite, em carta pessoal a Haroldo de Campos, que costumeiramente cita-o tal qual um Ménard: Haroldo prefaciou o livro de Eco, A obra aberta, mais de uma década antes deste ser escrito.
6- É notório que ao criar algo como uma “obra aberta”, Haroldo de Campos a tenha ligado a sua imprecisa concreção neobarroca. Imprecisa, em termos metatextuais. Exata em sua precisão.
7- Galáxias | obra aberta | ilegível | scriptível.
8- O neobarroco haroldiano cria outro tempespaço – eis o que o diferencia do barroco (a dobração está ali, mas já são outras matérias).
9- Numa aproximação rude: escritura: obra aberta.
10- Obra aberta | Finnegans Wake.
11- Inventar Haroldo de Campos: trata-se mesmo de: a) manter seu corpo desejável, deixá-lo obra: trata-se de repeti-lo; b) repetindo-o, criam-se novas regras para esta duplicidade, mantendo-o, aberto, numa fissura fictiva que comporte o máximo de diferença.
12- Ao escrever duplicamos Pierre Ménard.
13-
o poeta é um fin
o poeta é um his
poe
pessoa
mallarmeios
e aqui
o meu
dactilospondeu:
entre o
fictor
e o
histrio
eu
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