quinta-feira, 8 de outubro de 2009

prova de advogado

Ivan Quevedo -aluno PEC

1. A imagem não existe no plano espaço – tempo. Somente existe imagem no plano temporal onde é invisível. Jamais será apreendida por nós. Quero nomear como imagem o que gostaríamos de ver definitivamente e sobre o qual não se poderia abraçar em conceitos, tomar em objeto, e interferir. Mas não há essa possibilidade. O que existe são paisagens, sobre as quais há sim, portanto múltiplas possibilidades. Nesse sentido imagem se assemelha à palavra Deus. Ninguém a viu. São as notícias sobre Deus. Ver uma imagem não é provável também. Seria devaneio. Aliás, tudo o mais é devaneio.



Para Bergson uma imagem é como uma janela. Um corte. O que permite apreender as coisas, cujo mundo material seria o conjunto das imagens.

Porém o mundo particular de cada pessoa delimita e assim reduz as possibilidades de compreensão. As pessoas não enxergam as mesmas coisas. Cada uma vê uma paisagem. Cada qual com suas diferenças. Propor uma imagem como uma visão comum a todos os olhos é apreender um sentido comum da visão da diferença intrínseca a cada peculiar olhar.

As paisagens são criadas e descobertas a partir dos recortes, das molduras de espaço-tempo, que são o meio do qual dispomos para interferir na matéria que a própria paisagem produz. A busca pelo captar do inapreensível jamais será viável sem a auto transmutação dos seres, trabalhando e desenvolvendo capacidades, tais como sinestesias, transtornos de atenção, daltonismos e outras manifestações superiores que são ou serão capazes de captar imagens, capacidades de apreender e ver o invisível enquanto estivermos dentro dessa limitação, de forma e linguagem. Dado esse passo, se perderá a fronteira. O próprio ser será a arte, cujo acesso será na própria experiência de ver imagens, o que jamais se havia isto. A imagem do tempo. Pois o espaço deforma tendo produzido paisagens.

Para Barthes a imagem é um modo de comunicação, agindo como veículo, algo envolvendo paixões, pulsões, tabus, afetos, forças. Produzindo sentidos.

Mas vejamos que a imagem é o próprio sentido em si, por isso inapreensível, cuja controvérsia inexiste (ria - rá) sobre o que seja. Do que se trate. Quando a interpretação cessa. Na imagem não poderá haver recortes, apreensões de sentido. Enquanto houver isso, enquanto houver comunicação estaremos vendo paisagens num deserto propício a devaneios. Quando vigorar a imagem não se precisará de interpretações, nem acontecerão interpretoses. Não haverão pontos de vista. Mesmo quando for possível ainda aqui no espaço-tempo se deixar de extrair sentidos de dominação, de poder, de preponderância dialética a encerrar o discurso e revelar um padrão, mesmo assim estaremos distantes. Distantes das imagens. Mesmo na superação da relação sujeito objeto, quando o observador ou a experiência não estão mais separados, pois jamais estiveram. Mesmo assim longe, entretanto a própria relação infinita de um discurso sem fim, que não se termina, é a porta das possibilidades de alcançar a imagem. quando se dissolvendo na imensidão, o ser entenda seu próprio devir e devir das coisas, em si, sem sentido, sem razão, e assim pretenda a imagem sabendo que não a possui. A maior imagem é o nada. Enfim o nada.

8. Sugestão de autor trabalhando a questão da diferença e da alteridade. LEVINAS.




Esqueça-se de querer ver a imagem antes do fim do diálogo sem fim.

5. Foge à paisagem o tempo sem espaço!

Desapegado e desprendido

A todo sentido o tempo do espaço. Sim um tempo sem espaço. Até mesmo parado. Pois o tempo-espaço é uma janelinha provocante e celeste que leva o ser à sua única diversão, ser louco.

Insuspeitos aos olhares cortantes dos quadrantes

Aos estandartes rigorosos de suspeitas

Verdades. O tempo sem espaço e o louco.

Os quadros frágeis, amoldurados. Presos.

Em si (re)cortados

Na distancia das imagens

Falam paisagens.

Devaneios

Apreendem da coisa e de si o sentido inapreensível.

Limitam a coisa que não se limita.

É como se parassem (alguém, o maldito fluxo que não é rumo) o devir com a aparição do sentido sobre uma questão que não lhe cabe cessar. Infindável. Esse é o rescaldo dialético de cessar discursos que não se findam.

Eis, pois que esse sentido não é efeito da causa que lhe fez, e lhe findou na lógica finalizando seu discurso. Esse discurso é devir, interminável que de efeito em efeito apresenta sempre uma nova realidade.

Foge à paisagem, o tempo! Sim tempo sem espaço. Parado até. Até mesmo um não tempo. Ora.

Esse tempo é em si um não à paisagem

É um todo e um tudo à imagem.

O tempo sem espaço é a própria imagem. O fim do diálogo que não se visualizava o fim. Mas é um fim verdadeiro. Não esses fins que vemos por ai. Ora!

Tudo o mais é devaneio.

No tempo-espaço há muita luz e pouca escuridão.

A imagem que não se enxergou está no sem tempo do não espaço.

Na grande escuridão a imagem é apenas uma.

Nesse tempo sem espaço a paisagem não existe.

No tempo sem espaço ela é. Enquanto nós aqui sempre e somente estamos. Nunca somos. Estados de permanência e impermanência. Na paisagem não há essência. Impura aparência. Coincidência?! Entre ser e paisagens...tanto faz.

A imagem é invisível

Para ver a imagem é preciso! Oh! Se é...

É preciso não-estar. É preciso acima de tudo não-estar. Se pudermos ser até lá, não sabemos!

Escapar ao recorte do quadro. Pois a imagem não cabe no quadro. Não é pouca coisa a missão de quem se prese, sem se importar somente com o passeio de inexistir. Artista. Filósofo. Mulher. Órgãos.

Fragmentos que a angústia arqueológica nos faz respirar.

É preciso estar na dimensão do tempo sem espaço. De um sem tempo quem sabe.

Nada nunca é. É sempre um efeito de um efeito causante, causado causador dor e ardor.

Corre.

Corre o tempo-espaço

De cada segundo

Instante

Ao findar de si

Ao findar de

Quereres, achares, saberes

E seres

Corre

Corre a paisagem do espaço-tempo

Ao seu fim

Com a invasão do tempo

Em si

Com o fim do

Contexto

Se desfaça enquanto paisagem

Queime suas molduras e juízos

Viva o significante devir

De sua incerteza

Adeus ao quadro e a paisagem

Pois o sentido deixou de ter sentido

Quando tempo em si solo, olhar e imagem abandonam o devir para simplesmente

Serem em permanências

Pois no tempo-espaço nunca se é. No tempo-espaço somente devir.

Em suma abandone a metafísica em vida e a encontre se achar na morte.

Em vida não queira significar seja insignificante. Nuca seja afinal onde jamais pode estar senão pela incidência da luz que lhe determina. O ser está perdido no espaço-tempo, porém a ditadura do sol lhe faz desconhecer disso.

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